quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Terra d'este

Aqui se confia mais um croqui duma via na Arrábida.

Depois de travar conhecimento com a Parede Branca em vias anteriores e já com os cantos dos olhos em busca ativa, se sonhou esta linha, ligando vários segmentos bem distintos. É de ir lá ver se vale a pena, já que tem ingredientes bastantes para preencher as ansias dos visitadores mais sibaritas. Pelo menos bastante para justificar uma inauguração em solitário e para que um 1º repetidor, vizinho das regiões de Terradets, troque um  dia para vir ver terra desta!

 [algumas imagens do dia da inauguração, em solitário, com temperaturas de 30º! Que é como quem diz que parecia mais a Arrábida Saudita. A ancoragem do dissipador, na 2ª reunião e pés doridos a 90 metros da praia fresquinha.]


   [Descanso na 3ª reunião]

 

Terra d'este, 130m, 7a+.

A via tem início uns 20 metros à direita da "Era Velha". Parte de um bloco assente no chão de terra, que foi onde se fez a amarração inicial para a ascensão inaugural, em "solitário". Transpõe as panças "da brita" em direção à única chapa do lance, atravessa pela dir. da chapa e segue em frente, por terreno fácil, algo expo, até à sequencia de buracos atractivos de proteger. Ganha o extraprumo pela sequência de buracos, e inicia travessia fisurada ascendente, à direita, uns 3 metros. Daqui, evitando os ressaltes terrosos à direita, sobe pela fissureta diagonal à esq., em extraprumo fácil de proteger, até à faixa cavada de erosão. Superar, com algo de expo(dre), a faixa de erosão, e, atravessar completamente para a esquerda, até ficar alinhado abaixo do pequeno tecto fissurado e à esquerda da fissura canal que lhe dá acesso. Reunião de pequena repisa de pés, com duas chapas m10. Esta R está, em linha reta, a 25 metros do chão (util saber em caso de ter de escapar da via). Este primeiro lance é composto de rocha que ainda solta muito material de sedimentação. A reunião pode não se encontrar no sítio mais imediatamente lógico, porém, está onde facilita a comunicação e a recepção do rapel vindo da R acima, em caso de necessidade. Mat.: vários aneis de fita mais de 4 seguramente, friends desde #C3 verde até #3, algum arame medio. Grau 6c de brita e toutvenant.

 [2ª repetição da via. L1, 6c. Mesmo com alguma escama revelou-se um lance de escalada em rocha a sério.]
[Chegada em travessia à R1 ]




L2 (uns 35m, 6c+) parte na imediata vertical da R1, pela fissura fina, em direção ao tecto. Prever bons prolongamentos de fita neste lance todo. Contornar com cuidado a bolacha entalada na fusão tecto-bavaresa seguinte. Seguir toda a lógica da longa fissura, julgando que se é o melhor escalador do mundo, (gasta de todos os tamanhos a partir do #0,5 a #4, quase ao final da fissura. Continuar o lance pela esquerda, pela fissura invertida de #3 ou #4, subir pela laje afiada, e daqui, protegendo com algum friend mediano nos buracos arredondados, entrar na zona de extra-prumo, subindo agora em travessia à direita, até à plaquete, na base do pequeno diedro extraprumado que finaliza, em grande, o lance. Muito útil o #5 no final desta passagem. Uma transição de saída do diedro pela esquerda, e chega-se ao nicho da R2.



 [A iniciar o formidável 2º lance]


 [vistas largas]



L3. Este lance é o de maior dificuldade, 7a+ (25m+-) ainda assim é facilmente superavel em A0, no caso de algum ensarilho. Subir pelo evidente diedro fissurado, "expanding", atenção que este bocado da via pode gastar vários tamanhos muito próximos (c3 verde/al. azul, c4 #0,3, #0,4), acabado o diedro transpor o muro e pança. Rumando às fissuras diagonais. aqui, tomar a fissura diagonal para a esq. que sobe até ao diedrilho-tecto, com proteção fixa (a unica do lance) naquela que é a transição mais exigente mas também estética. Acompanhar a tendência do tecto até ao seu final, pela direita e subir recto até ao varandim. inflectir em travessia para a direita, rumo ao melhor parapeito de reunião da Arrábida (2 chapas). Este lance gasta microfriends e friends até #3, opcional #4 tb cabe algum arame mediano a peq, + anéis.

 [Bavaresa larga no início do 3º lance]
 [O "cabide" da corda na 2ª reu.]
 [Algures a meio do 3º lance]


 [Içando o farnel... bem afastado da parede]

 

L4 é de muro vertical com transição de panças, alguma secção de extraprumo á medida que se aproxima do final. Sai da R. pela dir., protegendo, logo, mais um pouco à esq. E tomar o rumo do diedro inclinado. Transpor a pança de final do diedro (algum arame ultrafino) com tendencia à direita, agora rumo a um subtil diedro amarelado, abaixo da partre mais saliente da grande pança. Sair do diedro na faixa de rocha mediocre, pela esq. (arbusto), e abordar a pança seguinte (1 chapa). Seguir o sistema de pequenas fissuras, optando sempre pela melhor rocha, de tonalidade branca (afinal esta é a parede branca). 2ª chapa na zona mais compacta e branca, e a partir daqui subir um par de metros, e logo, forte travessia à esquerda, evitando a tentação de se embrenhar no terreno mais arbustado e instável, chegamos ao parapeito confortável da R4 (sem chapas). Lance de 30-35 metros.Uns 5-6 anéis, friends até #2. 




[Algumas passagens da saída do 4º lance]

 

L5. Curto lance de12 metros, 6a, onde se dá a passagem da verticalidade para a placa tombada final. Subir pelo diedro da reunião, em direção à última chapa (visível desde a R). Dobrar a pança , e percorrer a placa, sempre pela rocha mais compacta e limpa (esq.) evitando, de todo, os canais de rocha instável e os arbustos que ensarilham cordas (dir.). Friends medios e pequenos. Abundantes possibilidades de montagem de R no cimo da via. O final desta via fica uns 6 metros acima do final da "Era Velha". Junto aos ramos secos e pálidos dum falecido arbusto mas ligeiramente abaixo do ponto mais Alto da Parede dos Alhos/ Parede Branca.

A inclinação da parede permite rebocar carga suspensa com facilidade com poucos pontos de roçamento ou travessia, para quem 
domina a técnica.
[4ª Reunião (friends e entalador, num cómodo parapeito]


acesso: desde a serventia do Fojo. Em vez de tomar o carreiro de acesso às vias do Fojo, continua-se a descer o estradão até chegar a uma bifurcação deste caminho com um carreiro estreito mas bem definido, entre os arbustos frondosos, à esquerda.
Para referencia de orientação, iremos passar sempre à direita da arredondada colina do Fojo.
Seguir este carreiro até um cruzamento, continuando ainda em frente, agora em ligeira subida, até quase ao final do caminho que servia antigas extrações de pedra. Descer atravessando os depósitos de escórias destas pedreiras, até ao carreiro de pescadores descendente, que em vários e criativos lacetes, nos vai aproximando da base da parede.



[A cordada, numa das reuniões mais espetaculares da Arrábida]

Croquete: 



FP






quarta-feira, 25 de setembro de 2013

FENDA REBOLTED PARTY em GRANDE!!!

No passado sábado, 172 escaladores e escaladoras vindos de diferentes partes do país e do mundo, juntaram-se para festejar o trabalho de reequipamento da Fenda, a escola de escalada do Portinho da Arrábida.

O programa de festas começou bem cedo com uma maratona de escalada que durou quase 12h com 31 equipas inscritas. Apesar do grande calor solar e humano que se fez sentir, nas 11:37 h que durou esta competição vertical foram encadeadas 399 vias! A equipa Velha-guarda foi a que alcançou o maior número de pontos (279) com 83 vias encadeadas pelos seus 4 elementos (Francisco Ataíde, Filipe Costa e Silva, Pedro Martinho “Flau” e Nelson Menezes).

O encerramento oficial do reequipamento da Fenda, teve lugar numa pequena cerimónia junto da via Un-dó-li-tá, a primeira via moderna a ser equipada em Fevereiro de 1995 pelo Flau. Simbolicamente, coube ao Flau martelar com martelo d’ouro o último grosso perno deste reequipamento que decorreu ao longo de 2 anos. Por sua vez, coube à Laura Neves da Submate (importador e distribuidor da Petzl e Beal), que apoiou em grande parte os custos deste reequipamento, apertar com chave d’ouro a última plaquete. Esta vistosa plaquete, de resistência 2500 camiõesTirNewtons, foi realizada pelo Vitor Viana e gravada a Laser com a inscrição "1995 - 2013 Fenda Rebolt" e ficará como marco deste evento.

A festa prosseguiu na praia do Portinho, com a final de Karaoke das 5 equipas apuradas, que viriam a ser 6 devido a um empate técnico. É de destacar uma equipa feminina ter alcançado o top 5 da maratona. No entanto, e apesar do espectáculo eufórico dado pelo José Luis Carvalho da equipa Famel-Zundapp, os vencedores absolutos da ULTRA MEGA MARATONA DE ESCALADA QUE ATÉ FAZ DOER O CADÁVER DA FENDA (UMMEFDCF) foram a equipa Velha-guarda. Esta equipa arrasou a concorrência vertical durante o dia e à noite galvanizou a plateia com um show aonde apresentaram a sua canção de autoria própria "Os Mosquetões". Assim, os 3 primeiros classificados foram:

1º Velha-guarda: F. Ataíde, F. Costa e Silva, P. Martinho-“Flau”, N. Menezes
2º Famel Zundapp: José Luís Carvalho, João Bernardino, Luís “Dalai” Brandão, Tiago “Psico” Martins
3º Animal climber: Alberto Gines, Pablo Sangorino, Andrés Ramos, Tai Paz

Ver aqui todas as classificações:
http://ummefdcf.montanhalusa.com/

O evento terminou com a entrega de prémios e um vislumbre de mais um pouco do filme "The R9ad" da Hands Up Creation, sobre o encadeamento da via “Estado Crítico” pelo André Neres. No entanto, a festa rija seguiu pela noite dentro com o DJ Zuba e o Dj Franklin até às 6:00h da manhã.

O encontro foi um sucesso, a comunidade escaladora apareceu em peso e no fim, feitas as contas e pagas as despesas, angariou-se cerca de 1000 euros para novos equipamentos e reequipamentos.

Muito obrigado a todos.

Nota: Devido a algumas gralhas do croqui, nos graus e texto, sairá uma 2ª edição, assim, quem não foi ao encontro e quiser comprar o croqui da Fenda pode fazê-lo através do SEA por 5€.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Rebolted Party & Greatest Hit

Caros escaladores, associados, seguidores, simpatizantes e todos os demais que se enganaram e vieram parar a esta página:
Obrigado a todos os que tornaram possível este mega-estrondoso-formidavelofantástico  espécie de show/encontro de escalada! Obrigado e parabéns, também aos organizadores que vergaram a mola e catapultaram o evento para níveis de boa disposição d'outro mundo, de tal maneira que ainda nos estamos a rir!
Aqui vos deixamos, para recordação e como proposta de "Hino da Fenda", a letra do greatest hit, a música vencedora da final da FENDA REBOLTED PARTY.
 
MOSQUETÕES
A corda pronta e metida nos mosquetões,
agora quero é presões, que me vou,
para os Piratas!

É uma via que se faz!
Vamos ás boas e ás más!
 
A corda pronta e metida nos mosquetões,
agora quero é presões, que me vou,
para os Piratas!

Num voo enorme num passo especial,
não voas nada mal, o Gri parou,
quase te matas!

Mudaram todos os graus!
Tiraram os pernos maus!
E numa força invencível,
equiparam a fenda natal!

Não está nada mal!
Não está nada mal!
Não está nada mal!
Não está nada mal!
Não está nada mal!

Pela certeza de uma queda segura,
olha c’a via é dura, cuidado!
Quase te matas!   

Lançar à morte p’ra uma presa distante,
na pata de elefante, talvez,
hoje é que a sacas!

É uma via que se faz!
O passo duro foi lá atrás!
E quase a acabar a via,
escorrega-te outro pé!

Aperta com fé! Aperta com fé!
Aperta com fé! Aperta com fé!
Aperta com fé! Aperta com fé!
Aperta com fé! Aperta com fé!


Letra: Velha-guarda
Música: Guarda-velha

sábado, 14 de setembro de 2013

A ULTRA MEGA MARATONA DE ESCALADA QUE ATÉ FAZ DOER O CADÁVER DA FENDA

O Incrível homem bala faz saber que:
A ULTRA MEGA MARATONA DE ESCALADA QUE ATÉ FAZ DOER O CADÁVER DA FENDA (UMMEFDCF) é um evento de caráter mais ou menos desportivo, com o intuito de proporcionar à comunidade escaladora um dia de festa pelo seu contributo no reequipamento da fenda.
A UMMEFDCF é uma maratona de escalada por equipas, cujo objetivo é escalar o maior número de vias durante as 12h do evento.
REGULAMENTO
a)      Constituição de Equipas
1.   As equipas terão de ter 4 elementos, podem ser masculinas, femininas, mistas, de queijo ou fiambre.
b)     Inscrição
1.   A pré-inscrição das equipas faz-se através do email: fendarebolted@gmail.com até ao dia 19 de Setembro. As equipas deverão indicar o nome da equipa e nome dos elementos.
2.   A inscrição é confirmada no dia do encontro na recepção (sector Carallon).
3.   As inscrições abrem 23 minutos antes do início da UMMEFDCF e terminam 32 segundos antes do fim da prova.
4.   Na inscrição para além de maravilhosos brindes e surpresas fantásticas a equipa receberá o croqui e a ficha de pontuação.
5.   As equipas podem começar a maratona à hora que entenderem.
6.   A responsabilidade de recolha e entrega dos cartões de pontuação é das equipas.
7.   Os cartões de pontuação entregues depois das 19h servirão de acendalhas para as entremeadas do jantar.
c)      Horário
Hora
Actividade
Local
7:00h
Abertura inscrições
Parte de drento da Fenda
7:23h
Inicio da UMMEFDCF
Parte de drento da Fenda
18:59
Fim inscrições
Parte de drento da Fenda
19:00
Fim da UMMEFDCF
Parte de drento da Fenda
19:00
Cerimónia Encerramento
 -O Aperto da Última Plaquete
Via UN-DO-LI-TÁ
19:48
Inicio do Festa
Restaurante Golfinho (na praia Portinho)
20:30
Final Karaoke, Entrega Prémios
Restaurante Golfinho (na praia Portinho)

A Competição tem início no sector Carallon pelas 7:23h h
e termina no mesmo local às 19h em ponto junto da via UN-DO-LI-TÁ.

d)     Local
1.   Para efeito de pontuação podem ser escaladas todas as vias existentes na parte de drento da Fenda (todos os sectores).
e)      Modelo Competitivo
Devem ser respeitados os seguintes pontos:
1.   Para pontuar um elemento da equipa deverá encadear a via escolhida à frente.
2.   Basta um elemento da equipa encadear a via para pontuar.
3.   Os pontos obtidos mediante encadeamento deverão ser apontados nos cartões de pontuação.
4.   Cada via apenas pode ser encadeada por um dos elementos de equipa.
5.   A pontuação da equipa corresponde ao somatório das vias encadeadas + a pontuação bónus indicada no ponto h).
6.   A equipa poderá ter dois elementos a escalar simultaneamente vias diferentes.
7.   Um assegurador não poderá dar segurança a 2 escaladores simultaneamente.
8.   Um assegurador não poderá dar segurança a 3 escaladores simultaneamente.
9.   Deverão obrigatoriamente  ser usados todos os pontos de proteção da via selecionada.
10.  O top da via tem que ser chapado e usado para descer. Tocar na corrente e cair  não conta, mesmo que se pergunte "Quem é que quer que conte?" e haja consenso positivo da equipa.
11.  A equipa só garante a sua vez quando o 2º elemento (assegurador/escalador) chegar à base da via.
12.  Nas situações de mais equipas em espera para a mesma via, se o escalador falhar o encadeamento, a equipa cede a sua vez, ficando a aguardar por nova tentativa atrás das restantes equipas.
13.  Poderão ser somados pontos extra conforme no sistema de pontuação (ponto h).
14.  Após o fecho da UMMEFDCF os pontos serão somados e as 5  equipas com maior pontuação passarão à final.
15.  As 5 melhores equipas entrarão num Karaoke FACE OFF, onde terão de interpretar um tema à escolha na festa da praia.
16.  Não se garante troco para notas de valor igual ou superior a 100€ destinadas aos subornos.
f)       Final
1.   A final é obrigatória para todos os elementos de cada equipa.
2.   A final terá lugar na festa noturna após o jantar.
3.   Consiste na interpretação de uma música em modo Karaoke.  
4.   A seleção da música é feita pela equipa, sujeita às músicas disponíveis.
5.   A equipa canta toda e em conjunto, de preferência afinada.
6.   O Público votará na equipa preferida que será coroada como a Grande Vencedora da ULTRA MEGA MARATONA DE ESCALADA QUE ATÉ FAZ DOER O CADÁVER DA FENDA, i.e. ganha a equipa que rebentar com o aplausometro.

g)      Sistema de Pontuação

Dificuldade
Nº de pontos
Até V+
1 Ponto
de 6a até 6b
2 Pontos
de 6b+ até 6c+
3 Pontos
de 7a até 7b
4 Pontos
de 7b+ até 7c+
5 Pontos
8ºs
6 Pontos












h)     Bonificações
1.   Equipa com o melhor traje de homem bala: + 18 Pontos.
2.   Equipa com o melhor traje de mulher barbuda: + 18 pontos.
3.   Equipas cuja soma das idades seja  >150 anos,:+ 12 pontos.
4.   Equipas cuja soma das idades seja  <84 anos="" span="">+ 12 pontos.
5.   Equipas mistas: + 12 pontos.
6.   Equipas que encham um saco com lixo: + 6 pontos


i)        Prémios
Para além de troféus para os 3 primeiros classificados, existem prémios surpresa sob a forma de cartões escondidos aleatoriamente em presas de vias entre os graus IV a 7B a serem entregues após a final.


Observações
O Incrível Homem Bala informa que a Escalada, apesar de não ser um tiro de canhão, é uma atividade que envolve riscos acrescidos, pedindo a todos que tomem as precauções necessárias para que a suas práticas sejam seguras e amigas do ambiente.


sábado, 7 de setembro de 2013

sexta-feira, 26 de julho de 2013

FORMIDÁVEL FESTA DA FENDA!

Depois da tão longa, atribulada, trabalhosa e cansativa obra de reequipamento da FENDA que teve o seu início oficial com a fantástica REBOLT-Party, chega a hora da recompensa: a festa oficial da reinauguração da FENDA!

E como o Aladino diante da porta de todos os tesouros, vai chegar a hora de dizermos: reabre-te Fenda!
Nesta grande ocasião, vamos organizar uma ultra mega maratona de escalada que até fará doer o cadáver da FENDA. Estamos a trabalhar dia e noite para termos uns novos croquis da Fenda, actualizadíssimos com todos os pormenores de todas as vias e de todas as presas e com todos os detalhes para encadear fácil o que até agora parecia difícil. E, claro está, a brindar esta reabertura Fendal, teremos uma super festa cigana à beira-mar, organizada pelos suspeitos do costume.

Data: 21 Setembro de 2013
Local: da parte de drento da Fenda

Atracções especiais:
NOVO CROQUI DA FENDA

MARATONA DE ESCALADA
KARAOKE CONTEST

CHINQUILHO FRENZY
HIGH LINE (travessia-copo cheio-na-mão)

MISS E MISTER BICEPS 2013
FESTA CIGANA

MAR ABERTO TODA A NOITE
AREIA À DESCRIÇÂO

Reserva já na tua agenda escalatória este dia e esta noite! Fica atento (mas mais ainda do que quando estás a dar segurança), mais detalhes em breve!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Venham mais três

...e quando os dois velhos convencem outro velho, então o sector giroflé-giroflá fica a parecer um lar de idosos! Mas para compensar deixam mais três vias neste sector, bem arranjadinhas e com naprons brancos em cada presa.

A via "Beija-flor" também sofreu umas obras de restauro, mais concretamente, a reunião subiu dois metros e a dificuldade da via sofreu um upgrade de 6a+ para 6b. À esquerda da Beija-flor começa uma nova via, a "Terra na boca, 6c" e do patamar a meio desta sai para a esquerda outra via, a "Macacos no nariz, 6c+?".

Para acabar, à direita da Beija-flor, está a "Fralda suja, 7a+". Qualquer reclamação sobre as vias é enviar para:

Nelson Menezes, Pedro Martinho (Flau) ou Filipe CS
Rua da Reforma antecipada (ex-travessa dos aperta forte)
Bairro Nãotreinesnão
Lar da saudosa força
1822 Lindaeboa-a-nova

Agradecemos aos patrocinadores:
ferros NEOLUX, chapas SEA, máquina BELCHIOR, incontinentes DODOT

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Vias novas na Fenda

Quando dois escaladores da velha-guarda se fartam de aquecer sempre nas mesmas vias o que fazem? Fácil. Metem um dia de férias, pedem ao SEA umas chapas (sobreviventes do continente da Atlântida) e procuram um sítio fresco na fenda para equipar!


Logo no primeiro sector, Giroflé-giroflá ou vale frigorífico, está uma bela e suja parede onde cabem ainda várias vias. Agora cabem menos duas. À direita da Beija-flor (6b), o Nelson Menezes equipou a "O hábito faz a força, 7a". O Pedro Martinho "Flau", sem deixar arrefecer, fez o FA, onsight quelle plaisir, ainda entre pó e calhaus. Este, por sua vez, equipou mais à direita a "Cofre-guru, 7a+", sem FA e ainda a precisar de uma escovagem.

Obrigado aos equipadores e aos sócios do SEA (ativos :-) ) que tornaram as presas sonhadas em realidades brancas de magnésio. Recomenda-se atenção redobrada nas primeiras ascensões a estas vias por algum calhau(zito) com desejos de voo kamikaze sobre asseguradores incautos.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Arrábida - Calhau dos Alhos (a.k.a. Parede Branca)

Numa Era em que ainda se protegiam quedas com tacos de pau entalados nas fendas das rochas, lá para os idos de Setembro de 1980 andou uma cordada a esgravatar uma bela linha na "Parede do Calhau dos Alhos". Parede branca de tons, com muros, diedros e tectos desafiantes, alcandorados a pique durante mais duma centena de metros virados ao mar.


 Tentativa de 1980. Paulo Alves nas panças do L1 foto: col. P.Alves


Paulo Alves e Carlos inauguraram com esta tentativa 2 primeiros lances, nesta respeitável falésia.
P. Alves regressa nos inícios dos anos 90 acompanhado de Francisco Silva, acrescentando mais um lance, porém, sucedem-se vários anos sem a boa conclusão de sair por cima.

 Paulo Alves abrindo no tecto-diedro do L2. foto: col. P.Alves



Carlos no L2. foto: col. P.Alves


A parede ainda viu mais uma ou outra tentativa de Paulo Roxo, e, recentemente, em cordada com João Gaspar surgiu a linha "cascawall" e com a Daniela Teixeira a via Rocha Podre e Pedra Dura. Linhas que acrescentaram valor e interesse à parede.
Aproveitando as poucas oportunidades invernais, o que subscreve junto com Nuno Pinheiro, desarmam, desde cima, três lances de muralha minada de lajes agro-precárias.
Após mais um pouco de trabalho de recuperação dos lances de baixo, esta via é finalmente ascendida completamente.
Eis, aqui um dos grandes itinerários da Arrábida com bom sabor aéreo. Uma proposta para dias frescos e de verdadeiro ambiente "de parede".  

Resultou o nome de Era velha para este traçado cobiçado desde há tantos anos e que liga escaladores de épocas diferentes num mesmo empreendimento.


Foto: J. Gaspar via P. Roxo, RPPD.

Breve descrição:

1º lance, 6b+, 20m: entrada paralela logo à direita da RPPD, atravessar à direita por baixo de umas panças corn flake, superar os ressaltes de tuvenan e brita  até à fissura vertical de #4, seguido de um piton. Logo acima desta passagem e directamente abaixo do tecto-diedro, montar reunião sem gastar friends medianos. Este lance protege-se inteiramente com friends e fitas largas. 2 tacos e um "angle" ferrugento completam a oferta museológica desta via. É o lance de rocha mais "suja". A partir daqui só pode melhorar.

2º Lance, 6a, 12m: Tecto-diedro de desfrute total. Por opção própria montamos a 2ª reunião à altura do spit, no final do tecto, já que, dado o estado da rocha que se segue, era o sítio mais abrigado da eventual queda de pedra. Proteção a gosto, com friends. Uns uns três tacos cravados de baixo para cima e o citado spit m10 da reunião, mostram como se fazia antes.

3º lance, 7a+, 25m: duas parte compõem este lance, um primeiro muro fissurado, com algum piton, passando ao lado da velha reunião original, em direcção a extraprumo difícil, com algumas delicadezas minerais. Saindo do extraprumo segue-se um piton no canal-diedro, fácil, até à reunião no final deste canal.

4º lance, 7a, 25m: saída com tendência à direita pelos tectos aéreos. Muro estético entrecortado de fissuras diagonais. Passagem da pança até à reunião da "figueirinha". Largo com o melhor ambiente de parede. Duas chapas, tudo resto fácilmente protegível com um jogo de friends.

5º lance, 6b, 15m: saída da reunião da "figueirinha" pela bavaresa fina. Entrar no muro cinzento e compacto, protegendo com algum microfriend e fissureiro pequeno. Reunião junto ao jardim suspenso. 3 chapas.

6º lance, 6c, 25m: saída pela fissura. Aos poucos metros quando esta fissura se torna mais terrosa, atravessar para a direita (chapa) e daqui enfrentando o muro, com algum passito mais técnico, com rocha mais delicada, em direção a uma fissura final. 3 chapas.

O Acesso a esta parede faz-se desde a serventia do Fojo. Em vez de tomar o carreiro de acesso às vias do Fojo, continua-se a descer o estradão até chegar a uma bifurcação deste caminho com um carreiro estreito mas bem definido, entre os arbustos frondosos, à esquerda.
Para referencia de orientação, iremos passar sempre à direita da arredondada colina do Fojo.
Seguir este carreiro até um cruzamento, continuando ainda em frente, agora em ligeira subida, até quase ao final do caminho que servia antigas extrações de pedra. Descer atravessando os depósitos de escórias destas pedreiras, até ao carreiro de pescadores descendente, que em vários e criativos lacetes, nos vai aproximando da base da parede. É um caminho longo mas compensa pela grande envolvente natural e "selvagem".

Alguns aspetos de estratégia para esta parede:

Época - O verão e qualquer dia com temperaturas acima dos 25º, à partida, não será nada recomendável.
Escolher dias frescos sem demasiado vento.
Consoante a época do ano, o Sol esconde-se para além da crista do píncaro à tarde, e na verdade , os cerca de 125 metros da via são exequíveis numa tarde sem pressas.

Material - 1 jogo de friends até #4, repetir do #0,75 ao #2 camalot ou equivalente, alguns fissureiros pequenos, semáforo de aliens, varios anéis de fita de 60cm (uns 6), 2 anéis de 120cm para reuniões; umas 10 expressos (4 para chapar o resto para prolongar). Os capacetes são imperativos para quem tiver alguma coisa a proteger.

A via não está preparada para rapelar (sem abandonar material) e cordas simples de 50 ou 60 podem não chegar para esse fim.  De qualquer forma a via segue algumas travessias que não facilitam a descida em rapel e a subida de retorno pelo trilho é penosa.

Se todos os membros da cordada ambicionarem o encadeamento ou uma jornada mais prazenteira recomenda-se rebocar a mochilita dos agasalhos, comida e bebida, com uma cordelete, caso contrário o 2º sofre que nem um cavalo, com o peso e volume.

As reuniões são suspensas do arnês, com agum apoio razoável de pés ou "encosto".

Para mais informação sobre esta parede: Blog RPPD

FP