Aqui se confia mais um croqui duma via na Arrábida.
Depois de travar conhecimento com a Parede Branca em vias anteriores e já com os cantos dos olhos em busca ativa, se sonhou esta linha, ligando vários segmentos bem distintos. É de ir lá ver se vale a pena, já que tem ingredientes bastantes para preencher as ansias dos visitadores mais sibaritas. Pelo menos bastante para justificar uma inauguração em solitário e para que um 1º repetidor, vizinho das regiões de Terradets, troque um dia para vir ver terra desta!
[algumas
imagens do dia da inauguração, em solitário, com temperaturas de 30º!
Que é como quem diz que parecia mais a Arrábida Saudita. A ancoragem do dissipador, na 2ª reunião e pés doridos a 90 metros da praia fresquinha.]
[Descanso na 3ª reunião]
Terra
d'este, 130m, 7a+.
A via tem início uns 20 metros à direita da "Era Velha". Parte de um bloco assente no chão de terra, que foi onde se fez a amarração inicial para a ascensão inaugural, em "solitário". Transpõe as panças "da brita" em direção à única chapa do lance, atravessa pela dir. da chapa e segue em frente, por terreno fácil, algo expo, até à sequencia de buracos atractivos de proteger. Ganha o extraprumo pela sequência de buracos, e inicia travessia fisurada ascendente, à direita, uns 3 metros. Daqui, evitando os ressaltes terrosos à direita, sobe pela fissureta diagonal à esq., em extraprumo fácil de proteger, até à faixa cavada de erosão. Superar, com algo de expo(dre), a faixa de erosão, e, atravessar completamente para a esquerda, até ficar alinhado abaixo do pequeno tecto fissurado e à esquerda da fissura canal que lhe dá acesso. Reunião de pequena repisa de pés, com duas chapas m10. Esta R está, em linha reta, a 25 metros do chão (util saber em caso de ter de escapar da via). Este primeiro lance é composto de rocha que ainda solta muito material de sedimentação. A reunião pode não se encontrar no sítio mais imediatamente lógico, porém, está onde facilita a comunicação e a recepção do rapel vindo da R acima, em caso de necessidade. Mat.: vários aneis de fita mais de 4 seguramente, friends desde #C3 verde até #3, algum arame medio. Grau 6c de brita e toutvenant.
A via tem início uns 20 metros à direita da "Era Velha". Parte de um bloco assente no chão de terra, que foi onde se fez a amarração inicial para a ascensão inaugural, em "solitário". Transpõe as panças "da brita" em direção à única chapa do lance, atravessa pela dir. da chapa e segue em frente, por terreno fácil, algo expo, até à sequencia de buracos atractivos de proteger. Ganha o extraprumo pela sequência de buracos, e inicia travessia fisurada ascendente, à direita, uns 3 metros. Daqui, evitando os ressaltes terrosos à direita, sobe pela fissureta diagonal à esq., em extraprumo fácil de proteger, até à faixa cavada de erosão. Superar, com algo de expo(dre), a faixa de erosão, e, atravessar completamente para a esquerda, até ficar alinhado abaixo do pequeno tecto fissurado e à esquerda da fissura canal que lhe dá acesso. Reunião de pequena repisa de pés, com duas chapas m10. Esta R está, em linha reta, a 25 metros do chão (util saber em caso de ter de escapar da via). Este primeiro lance é composto de rocha que ainda solta muito material de sedimentação. A reunião pode não se encontrar no sítio mais imediatamente lógico, porém, está onde facilita a comunicação e a recepção do rapel vindo da R acima, em caso de necessidade. Mat.: vários aneis de fita mais de 4 seguramente, friends desde #C3 verde até #3, algum arame medio. Grau 6c de brita e toutvenant.
[2ª repetição da via. L1, 6c. Mesmo com alguma escama revelou-se um lance de escalada em rocha a sério.]
[Chegada em travessia à R1 ]
L2
(uns 35m, 6c+) parte na imediata vertical da R1, pela fissura fina,
em direção ao tecto. Prever bons prolongamentos de fita neste lance
todo. Contornar com cuidado a bolacha entalada na fusão
tecto-bavaresa seguinte. Seguir toda a lógica da longa fissura,
julgando que se é o melhor escalador do mundo, (gasta de todos os
tamanhos a partir do #0,5 a #4, quase ao final da fissura. Continuar
o lance pela esquerda, pela fissura invertida de #3 ou #4, subir pela
laje afiada, e daqui, protegendo com algum friend mediano nos buracos
arredondados, entrar na zona de extra-prumo, subindo agora em
travessia à direita, até à plaquete, na base do pequeno diedro
extraprumado que finaliza, em grande, o lance. Muito útil o #5 no
final desta passagem. Uma transição de saída do diedro pela
esquerda, e chega-se ao nicho da R2.
[A iniciar o formidável 2º lance]
[vistas largas]
L3.
Este lance é o de maior dificuldade, 7a+ (25m+-) ainda assim é
facilmente superavel em A0, no caso de algum ensarilho. Subir pelo
evidente diedro fissurado, "expanding", atenção que este
bocado da via pode gastar vários tamanhos muito próximos (c3
verde/al. azul, c4 #0,3, #0,4), acabado o diedro transpor o muro e
pança. Rumando às fissuras diagonais. aqui, tomar a fissura
diagonal para a esq. que sobe até ao diedrilho-tecto, com proteção
fixa (a unica do lance) naquela que é a transição mais exigente
mas também estética. Acompanhar a tendência do tecto até ao seu
final, pela direita e subir recto até ao varandim. inflectir em
travessia para a direita, rumo ao melhor parapeito de reunião da
Arrábida (2 chapas). Este lance gasta microfriends e friends até
#3, opcional #4 tb cabe algum arame mediano a peq, + anéis.
[Bavaresa larga no início do 3º lance]
[O "cabide" da corda na 2ª reu.]
[Algures a meio do 3º lance]
[Içando o farnel... bem afastado da parede]
L4
é de muro vertical com transição de panças, alguma secção de
extraprumo á medida que se aproxima do final. Sai da R. pela dir.,
protegendo, logo, mais um pouco à esq. E tomar o rumo do diedro
inclinado. Transpor a pança de final do diedro (algum arame
ultrafino) com tendencia à direita, agora rumo a um subtil diedro
amarelado, abaixo da partre mais saliente da grande pança. Sair do
diedro na faixa de rocha mediocre, pela esq. (arbusto), e abordar a
pança seguinte (1 chapa). Seguir o sistema de pequenas fissuras,
optando sempre pela melhor rocha, de tonalidade branca (afinal esta é
a parede branca). 2ª chapa na zona mais compacta e branca, e a
partir daqui subir um par de metros, e logo, forte travessia à
esquerda, evitando a tentação de se embrenhar no terreno mais
arbustado e instável, chegamos ao parapeito confortável da R4 (sem
chapas). Lance de 30-35 metros.Uns 5-6 anéis, friends até #2.
[Algumas passagens da saída do 4º lance]
L5.
Curto lance de12 metros, 6a, onde se dá a passagem da verticalidade
para a placa tombada final. Subir pelo diedro da reunião, em
direção à última chapa (visível desde a R). Dobrar a pança , e
percorrer a placa, sempre pela rocha mais compacta e limpa (esq.)
evitando, de todo, os canais de rocha instável e os arbustos que
ensarilham cordas (dir.). Friends medios e pequenos. Abundantes
possibilidades de montagem de R no cimo da via. O final desta via
fica uns 6 metros acima do final da "Era Velha". Junto aos
ramos secos e pálidos dum falecido arbusto mas ligeiramente abaixo
do ponto mais Alto da Parede dos Alhos/ Parede Branca.
A
inclinação da parede permite rebocar carga suspensa com facilidade
com poucos pontos de roçamento ou travessia, para quem
domina a
técnica.
[4ª Reunião (friends e entalador, num cómodo parapeito]
acesso: desde a serventia do Fojo. Em vez
de tomar o carreiro de acesso às vias do Fojo, continua-se a descer o
estradão até chegar a uma bifurcação deste caminho com um carreiro
estreito mas bem definido, entre os arbustos frondosos, à esquerda.
Para referencia de orientação, iremos passar sempre à direita da arredondada colina do Fojo.
Seguir este carreiro até um cruzamento, continuando ainda em frente, agora em ligeira subida, até quase ao final do caminho que servia antigas extrações de pedra. Descer atravessando os depósitos de escórias destas pedreiras, até ao carreiro de pescadores descendente, que em vários e criativos lacetes, nos vai aproximando da base da parede.
Para referencia de orientação, iremos passar sempre à direita da arredondada colina do Fojo.
Seguir este carreiro até um cruzamento, continuando ainda em frente, agora em ligeira subida, até quase ao final do caminho que servia antigas extrações de pedra. Descer atravessando os depósitos de escórias destas pedreiras, até ao carreiro de pescadores descendente, que em vários e criativos lacetes, nos vai aproximando da base da parede.
[A cordada, numa das reuniões mais espetaculares da Arrábida]
FP
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